quinta-feira, 25 de abril de 2013

PF investiga quadrilha de contrabando com PMs e assessores de deputados


Divulgação / Polícia Federal / No total, 40 mandados de busca e apreensão, 23 de prisão preventiva e seis de prisão temporária serão realizados

A Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação contra uma quadrilha de contrabandistas de cigarro que atua no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul na manhã desta quinta-feira (25). Policiais militares paranaenses são suspeitos de integrar a quadrilha, de acordo com a PF. Entre os integrantes do grupo estariam dois assessores de dois deputados estaduais do Paraná - um deles como chefe do esquema - e oficiais da PM.
Até as 11 horas, 11 prisões foram confirmadas no Paraná. Oito PMs, dos quais três são oficiais, um policial civil e dois assessores parlamentares foram presos na Operação Fractal. Um dos assessores presos, que seria o líder do esquema, segundo a PF, está lotado no gabinete do deputado Waldyr Pugliesi (PMDB).

Segundo a PF, os policiais facilitavam a passagem de mercadorias da organização criminosa e também extorquiam contrabandistas de grupos concorrentes. Parte dos produtos apreendidos era desviado para o esquema. Oficiais da PM, de acordo com a investigação, também aliciavam outros policiais de equipes móveis para colaborar com o grupo. A quadrilha também atuava no ramo dos jogos de azar.

Segundo a corporação, 250 policiais estão cumprindo 40 mandados de busca, 23 de prisão preventiva e seis de prisão temporária. Os policiais federais também conduzem 29 pessoas, de forma coercitiva (com uso de força, se necessário), às sedes da corporação para prestar mais esclarecimentos.
No Paraná, os mandados são cumpridos em Curitiba, Maringá, Medianeira, Foz do Iguaçu, Faxinal e Matinhos. As cidades de Porto Alegre e Canoas, no Rio Grande do Sul, Laguna e Joinville, em Santa Catarina, também são alvo da Operação Fractal.
As investigações começaram em 2010, após uma representação do Ministério Público Federal de Umuarama (PR) sobre o esquema.
Segundo a PF, ao longo da investigação, a corporação realizou flagrantes e prendeu servidores públicos pelo crime de corrupção. Em segredo de justiça, a investigação deve realizar mais diligências, informou a PF.
O secretário de Estado da Segurança Pública, Cid Vasques, e o comandante-geral da Polícia Militar do Paraná, coronel Roberson Luiz Bondaruk, participaram da coletiva de imprensa da PF nesta manhã e afirmaram que os policiais suspeitos serão investigados. Alguns deles poderão ser excluídos da corporação, segundo Bondaruk.