quinta-feira, 18 de abril de 2013

Navio da Marinha brasileira retorna ao Rio após operação na Antártica


Após 159 dias no mar, navio chega à costa do Brasil na manhã desta quinta-feira (Foto: Cristiane Cardoso/G1)
O Navio Polar Almirante Maximiano, sob o comando do Capitão de Mar e Guerra, Newton Calvoso Pinto Homem, retornou ao Rio de Ja na manhã desta quinta-feira (18), após concluir a sua participação na 31º Operação Antártica.
A embarcação, que foi apelidada pela Marinha como “Tio Max”, serviu de base para atender 105 pesquisadores em 11 projetos de pesquisa, em um período de seis meses, nos Estreitos de Bransfield, Antártico e Gerlache, e nas ilhas do arquipélago das Shetland do Sul.
Familiares dos oficiais aguardavam ansiosos o navio atracar. "Agora que ele vai conhecer os filhos. É tanta emoção que não da nem pra falar, não dá pra descrever", contou emocionada Márcia Damico, esposa do sargento Canejo, que ao partir para missão na Antártica, a esposa ainda estava grávida dos gêmeos Bernardo e Miguel. Eles completaram seis meses nesta quarta-feira (17).
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Márcia Damico com os gêmeos (Foto: Cristiane Cardoso/G1)
Dentre os eventos que mais se destacaram nesta comissão, está a coleta de amostras de solo marinho de até 1 mil metros de profundidade, que permitiram estudar as características físicas, químicas e biológicas da água e do solo marinho da região, fundamentais para compreender a dinâmica de massas de água e o seu impacto no clima do planeta.
Conforme explicou a Marinha do Brasil, outro destaque está a participação na Integração Antártica I, a primeira operação conjunta entre as marinhas do Brasil e da Argentina na Região Antártica. A missão participou ainda da realização de 115 estações oceanográficas, coletando amostras de água a até 3.620 metros de profundidade.
Ainda segundo a Marinha, os botes orgânicos do Navio, além do apoio ao embarque e desembarque de material e pessoal dos projetos nos diversos pontos da região, também foram utilizados no apoio aos projetos de observação de baleias, com 23 coletas de amostras de pele de diversas espécies, incluindo de baleias Orca.
Também foram visitadas bases e estações do Chile, Espanha, Polônia e Bulgária. Em seu regresso ao Brasil, foi realizado censo de aves marinhas no trajeto até o Rio de Janeiro, além de coleta de amostras atmosféricas para estudos de poluição ambiental, segundo a Marinha.
Ainda de acordo com a Marinha, os dados coletados durante o período da comissão pelos diversos projetos embarcados ajudarão na melhor compreensão do clima, do impacto causado pela presença e atuação humana e em melhores modelos de previsões meteorológicas, além de garantir a presença brasileira na Antártica, avalizando a participação do País na decisão do destino do continente gelado.