As crianças e os adolescentes brasileiros estão
trocando o consumo de água e leite por bebidas açucaradas, como refrigerantes e
sucos industrializados ou em pó - o que têm aumentado consideravelmente os casos
de obesidade infantil, além dos riscos para o desenvolvimento de doenças antes
observadas em adultos, como diabete tipo 2 e hipertensão. A constatação - que
reforça a necessidade de mudanças de hábitos alimentares - está no primeiro
estudo epidemiológico brasileiro que avaliou o consumo de bebidas entre crianças
e adolescentes de 3 a 17 anos em cinco capitais: São Paulo, Rio, Porto Alegre,
Belo Horizonte e Recife. A pesquisa, desenvolvida por pesquisadores da Faculdade
de Saúde Pública da USP, da Faculdade de Medicina do ABC e do Instituto da
Criança do HC, foi publicada no BMC Public Health. O Ministério da Saúde
considera a obesidade infantil uma epidemia. Os dados mais recentes (referentes
a 2009) indicam que uma em cada três crianças brasileiras entre 5 e 9 anos está
acima do peso ou obesa.