sexta-feira, 5 de abril de 2013

Corintianos podem ter prisão domiciliar no Brasil




O ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, afirmou que o advogado dos 12 corintianos presos em Oruro, na Bolívia, negocia com o governo do país vizinho a possibilidade de os torcedores cumprirem prisão domiciliar, no Brasil, enquanto aguardam julgamento. Presos há 42 dias na Bolívia, os corintianos são acusados de matar o jovem Kevin Espada após o acionamento de um sinalizador durante a partida contra o San José, pela primeira rodada da fase de grupos da Copa Libertadores. Patriota afirmou, ainda, que o silêncio do governo brasileiro sobre pontos do caso ajuda a resolver a situação dos 12 presos em solo boliviano. "Vale a pena dizer que a firmeza do governo brasileiro é a mais completa, não há afrouxamento. O que pode haver é uma certa reserva em afirmar publicamente certas coisas que são ditas por interlocutores porque isso em nada contribuiria para proteger os brasileiros ou para acelerar o desenlace que estamos desejando", afirmou o ministro durante audiência pública na Comissão de Assuntos Exteriores do Senado na manhã desta quinta-feira. Antônio Patriota também pediu calma às partes envolvidas - incluindo o presidente do Corinthians, Mário Gobbi -, e agradeceu os pedidos dos parlamentares de proteção à integridade física dos presos (mais cedo, Patriota afirmou que as condições carcerárias dos brasileiros são "precárias"), mas alertou que muitas manifestações podem atrapalhar as negociações pela soltura dos corintianos. "O objetivo que temos que perseguir é que as manifestações se reinformem mutuamente e não atuem de maneira a enfraquecer as estratégias que podem ser desenvolvidas para o desenlace desse episódio", disse. O ministro negou que os corintianos estejam presos como "moeda de troca" pela situação do senador boliviano Roger Pinto Molina, abrigado há 11 meses na embaixada brasileira em La Paz. Molina é parlamentar opositor ao regime Moralez, e é acusado pelo governo de corrupção. A possível negociação foi cogitada por um dos presos, em entrevista publicada ontem pelo Terra.