Apesar do
investimento substancial em saúde nos últimos anos, o Brasil ainda vive uma
contradição: é um país onde a população paga de seu próprio bolso mais de 50%
dos gastos no setor, embora tenha um sistema público de saúde ”gratuito e
universal”. A contradição é apontada por especialistas com base em dados da
Organização Mundial da Saúde (OMS) compilados pela BBC Brasil. Os números
revelam que, em 2011 – os últimos dados disponíveis – os gastos privados com a
saúde responderam por cerca de 54% das despesas totais na área, enquanto que o
governo financiou os 46% restantes. A taxa é inversamente proporcional à de
muitos países ricos e de alguns emergentes, em que a maior parte dos
investimentos na saúde é feita pelos governos, como é o caso da Noruega (86%),
Luxemburgo (84%), Grã-Bretanha (83%) e Japão (80%), além de Turquia (75%),
Colômbia (74%) e Uruguai (68%). (Folha de S. Paulo)